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A paralisia do medo e da dor: por que a cura está no movimento.

Olá, como você esta?

“O medo e a dor são paralisantes. A cura está no movimento.” Essa frase encapsula uma verdade profunda sobre a experiência humana e sobre o processo terapêutico. Quando estamos sofrendo, seja por uma perda, uma decepção ou uma ansiedade avassaladora, o instinto primário é encolher. Ficar parado. A gente se fecha para o mundo na tentativa de se proteger de mais dor, mas, sem perceber, acaba construindo a nossa própria prisão.

A paralisia é uma resposta neurológica real. Diante de uma ameaça percebida (e para o nosso cérebro, a dor emocional é uma ameaça real), o sistema nervoso pode escolher “congelar” (a resposta de freeze), além de lutar ou fugir. É o corpo dizendo: “se eu não me mover, talvez o perigo não me veja”. O problema é que, quando o “perigo” está dentro de nós (na nossa memória, nos nossos pensamentos), a imobilidade não nos salva. Pelo contrário, ela nos mantém reféns do sofrimento.

É aqui que entra o poder transformador do movimento. E não falo apenas do movimento físico, embora ele seja um aliado extraordinário. Falo de movimento em todas as suas formas:

  • Movimento Físico: Caminhar, dançar, correr, alongar. A atividade física libera endorfinas, que são analgésicos e antidepressivos naturais. Ela processa a energia estagnada do estresse e da ansiedade no corpo. Mover o corpo é uma forma de dizer à sua mente que o perigo já passou e que é seguro “descongelar”.
  • Movimento Emocional: Permitir-se sentir. Chorar o choro que precisa ser chorado. Rir quando algo engraçado acontece, mesmo em meio à tristeza. Falar sobre o que dói. O movimento emocional é o oposto da repressão. É deixar que as emoções fluam através de você, sem se afogar nelas.
  • Movimento Cognitivo: Mudar a perspectiva. Questionar os pensamentos catastróficos. Aprender algo novo. Ler um livro que te transporta para outra realidade. O movimento cognitivo é tirar a mente do “looping” do sofrimento e mostrar a ela que existem outros caminhos neurais a serem explorados.
  • Movimento na Vida: Dar um pequeno passo. Arrumar uma gaveta. Responder um e-mail. Ligar para um amigo. A depressão e a dor nos dizem: “não faça nada, não vai adiantar”. O movimento diz: “faça mesmo assim”. Cada pequena ação é uma vitória contra a inércia, um ato de rebeldia que nos devolve a sensação de agência e poder sobre a nossa vida.

A cura não é um evento, é um processo. E esse processo é feito de pequenos movimentos. Um passo de cada vez, saindo da paralisia e caminhando em direção a si mesmo. Se você se sente paralisado pela dor ou pelo medo, saiba que não precisa fazer esse movimento sozinho. A terapia é um espaço seguro para te ajudar a dar os primeiros e mais importantes passos.

Abraçooos!

Ludmila

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